Turismo Industrial

O turismo industrial, uma dimensão talvez menos explorada do sector do turismo no Algarve, consiste na realização de actividades turísticas em contexto de fábrica ou oficina, muito associado ao fabrico de algo. Há que perceber a importância desta prática, principalmente em regiões com elevada operação e dependência turística.

Nos últimos anos assistiu-se, nomeadamente fruto de fatores externos ao trabalho dos HORECA como a pandemia de Covid 19, a várias ondas de ameaças ao natural desenvolvimento da economia da região algarvia.

Ficaram bem presentes os perigos de calcular o sucesso da operação com base na sazonalidade e no turismo de praia, sol e eventos.

Não quero com isso sugerir o cancelamento das formulas de sucesso utilizadas anteriormente – a exploração das riquezas naturais da região tem o seu mérito e, como é obvio, é este tipo de turismo que garante uma elevada percentagem de movimento positivo na economia das regiões turísticas.

No entanto não pode nem deve ser a única fonte de renda. Existem atualmente várias soluções que, com o devido planeamento, podem constituir uma solução de receita efetiva distribuída ao longo dos 12 meses, conferindo assim uma maior segurança e estabilidade ao sector do turismo.

A prática do turismo industrial é viável, exige um conjunto de recursos logísticos limitados (visto que a estrutura em que se baseia já está, à partida, criada) e poderá ser mais um impulsionador à criação de novos e mais estáveis empregos na região. Por outro lado, o Turismo Industrial é também um promotor da produção artesanal assim como é um impulsionador da notoriedade das marcas. Olhemos, então, para as visitas aos centros de produção, às fábricas e museus regionais com outros olhos e vamos abrir, assim, o leque de oportunidades que se encontram, neste momento, à espera de serem exploradas.

Vera Inácio